Crises de sincericídio
Realmente, eu confesso, deve ser
bastante difícil aturar a criatura aqui!
Eu sei que sou psicopata, louco,
articulado, retardado, decepcionado e depressivo, mas eu tenho coração gente! Eu
sou mais uma pessoa no mundo que se sente maluca e que fala o que pensa para
não surtar.
É vergonhoso, eu sei, presenciar
minhas crises nos corredores, nas ruas, dentro de casa...
Ontem mesmo, lembro que eu quase
gritei de alegria no corredor da minha escola ‘’ahhhhhhhhhhhh, só falta perder
mais 400 gramas pra eu ficar com meu peso ideal’’ e duas gurias extremamente estranhas
(não mais do que eu, óbvio) me olharam e cochicharam soltando uma bela duma
gaitada. Eu olhei na cara delas com meu olhar ‘’quer apanhar desgraça?’’ e elas
olharam para o chão num fluxo perfeito, parecia até que tinham ensaiado. Mas não
deixei barato, afinal, eu posso apanhar e sair roxo, mas não fico quieto...
Já levei muito desaforo pra casa,
agora faço questão de defender minha opinião, e se tudo der errado, eu choro
pro superior e saio como vítima. Não passei dois meses do lado de um ator pra
nada né!
E eu danço loucamente em praça pública,
ou em cima da escrivaninha mesmo, canto sem saber a letra e depois morro de
vergonha. Mas levanta a cara (joga o cabelo) e arrasa na passarela da vida, não
importa se tu és a Bündchen ou a Silvete Montilla!
Morro de constrangimento quando me
dizem que preciso segurar a língua e ser mais contido na minha opinião, dizer
as coisas com jeitinho. Jeitinho? Que nada! Meu lema é a verdade que fere é melhor que a mentira que consola.
E atira tudo pro ar gritando I Born this way, goza na cara da
sociedade e pinta tua cara de palhaço, pois somos eles, vivemos dentro de um
puteiro, que só quer o teu dinheiro e não interessa a tua decência, a tua
alma... Vamos ser loucos, juntos!